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Entrevista com Fábio – Parte Final

Posted in Entrevistas by Adina Almeida on 24/05/2009

E chegou o grande dia! Dessa vez com um visual muuito melhor, conseguimos esclarecer muitas dúvidas que ainda tínhamos, esperamos que sejam as mesmas que vocês.

Segue abaixo um resumo com os principais tópicos da entrevista, e no final, o vídeo com a entrevista completa:

A mídia: Segundo ele, a sociedade sempre contrariou o papel do punk no mundo, nunca levando em consideração a prática ativista do movimento, mas sim o lado violento e o mau comportamento.

As gangues: o movimento punk em si já é uma grande gangue, que se subdividem em pequenos grupos com idéias em comum, para assim praticarem a cultura punk.

A ideologia: Em toda história, a ideologia é a cultura, a música, a forma de pensamento, a auto-gestão, seu comportamento sócio-ambiental e sócio-político.

Formas de expressão: o ativismo, manifestos nas ruas, o envolvimento com outros grupos sócio-culturais como o Hip-Hop, panfletagem, fanzines, divulgação pela internet.

O movimento anarquista: é muito diferente do q é escrito nos livros, os livros são teoria e nós somos a prática. Anarquia é uma questão anti-padrão, é uma ideologia política.

A revolução: nós sempre refletimos sobre as revoluções no mundo, mas não buscamos exatamente isso. Nós já fazemos revoluções através da arte na rua, dos livros, do conhecimento, conhecendo as pessoas na rua, isso sim é uma revolução. Talvez assim consigamos uma mudança maior.

A contribuição para a sociedade: a auto-gestão, a música, a ordem , a subversão, os acordes do som, o modo de vestir, o modo de falar, apesar da sociedade transformar muita coisa em moda, em passarela.

O que representa pra você? Conhecimento, amizades, as desilusões que também acontecem proveniente das drogas e das brigas. O punk pra mim hoje é a música, o ativismo, a nossa organização. É uma filosofia de vida que vou levar pra sempre.

O Grupo Resistência Punk: ele existe já há muito tempo e está sempre se reciclando. É a resistência a música, a resistência à cultura que a sociedade impõe.

A internet e o Orkut: é uma forma de achar novas parcerias, de pesquisarmos músicas, estudarmos.

Tive que dividir em duas partes, segue o link das duas:

 

Entrevista com o Punk do Subúrbio Fábio – Parte I

Posted in Entrevistas by Adina Almeida on 17/05/2009

Segunda-feira, dia 11/05 nos reunimos para entrevistar o Fábio Alessandro, do grupo Resistência Punk do Subúrbio. O resultado disso tudo foi uma conversa um pouco escura devido a pouca luz do MASP e da falta de iluminação da equipe, mas muito criativa e produtiva. Aliás, antes de mais nada queremos agradecer à prestatividade do Fábio que tem sido colaborador fundamental ao nosso projeto.

OPAAAAAAAAAAA EXTRA! EXTRA! INTERROMPEMOS NOSSA PROGRAMAÇÃO PARA ENQUETE POLÊMICA!

VOTE NA ENQUETE: COMO VOCÊ ACHA QUE A MÍDIA MOSTRA OS PUNKS?

Acesse na próxima semana e assista a parte final da entrevista com o Fábio.

Internet, o novo membro da cultura punk

Posted in Entrevistas by Adina Almeida on 06/05/2009

A entrevista abaixo encontrei em uma das muitas andanças pela internet e acho que se encaixa perfeitamente em nossa proposta de estudo. Ela foi feita com o Antonio Bivar, autor do livro “O que é Punk” ed. Brasiliense; ele acompanhou o surgimento do movimento e acompanha seu desenvolvimento até hoje.

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Entrevista exclusiva

Internet, o novo membro da cultura punk
Por Marcos Ribeiro

Protagonista e precursor do Punk no Brasil, o escritor e jornalista Antonio Bivar acredita que a Internet tem tudo a ver com o movimento mais libertário do rock. Autor do livro “O que é Punk”, da célebre coleção Primeiros Passos, ele se prepara para lançar um novo livro sobre a cultura Punk com fotos da badaladíssima Vânia Toledo, presente também ao evento. Leia a seguir os principais trechos da entrevista exclusiva concedida durante o festival “A Um Passo do Fim do Mundo”.

Como você este momento em que estamos a “Um Passo do Fim do Mundo”?

Eu acho que o mundo não vai acabar nunca. Estão acontecendo muitas coisas legais. O bom é essa excitação em querer fazer as coisas, mesmo com muitas dificuldades. E para isso contamos com a disposição do pessoal, apesar de ninguém ter grana para estes eventos. E o resultado compensou. Você pode ver que veio gente de todos os lugares: Minas, Santa Catarina, Interior de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e o pessoal daqui da capital. E o melhor é que veio gente de todas as idades. Você vê criança de 9, 10 anos e gente da “velha guarda”. Eu mesmo já tenho 62. E isso traduz o espírito Punk e prova que não é modismo e sim uma cultura.

Você acha que o Punk ainda é menos discriminado hoje do que quando surgiu?

Há pessoas que ainda acham que é coisa de arruaceiro. Por outro lado, basta estas mesmas pessoas virem aqui e ficam surpresas ao constatar que não é nada daquela imagem que eles fizeram. É claro que tem um ou outro arruaceiro no meio, mas isso a gente encontra infelizmente em qualquer tipo de evento desse porte. E o pessoal que vem de fora fica encantado com o espírito de camaradagem, de solidariedade entre os Punks.

Com o novo milênio chegou a internet, que na sua essência, possui um certo espírito libertário, assim como o Punk Rock. No que você acha que a rede mundial de computadores pode contribuir para o movimento?

Acho que a Internet contribui mais do que qualquer outra coisa. São os milagres da Hypermídia. Por exemplo: a maioria do pessoal que veio para cá hoje ficou sabendo através da Internet Se continuar evoluindo desta forma, daqui para frente deverão ocorrer outras coisas mais surpreendentes. E isso eu acho fantástico. Outro dia eu estava lendo um livro inglês sobre os 25 anos de Punk e lá estava marcado o endereço de um site. Entrei na internet e acessei esta página que continha links de sites Punks do planeta inteiro. Por meio dele, comecei a procurar bandas brasileiras e estavam todas lá. Quer dizer, uma coisa é o livro que esta lá na sua mão com texto, imagens e tal. A outra coisa é a Internet que te leva a outros documentos imagens de um lado para o outro e isto é muito legal.

A Internet torna a informação mais acessível?

Com certeza. Hoje você pode conseguir muita coisa de graça, desde programas até informações específicas sobre um assunto. Antes você tinha de descobrir (e pagar) uma revista, ou jornal para ver se havia algo que lhe interessasse, um show, uma banda, algo assim. Era mais difícil. Hoje você vai direto ao assunto, basta ele estar exposto na web.

E outras formas de mídia alternativa que o Punk usa para se expressar? Vão continuar?

Não de jeito nenhum. Há pouco tempo, aconteceu um festival no Reino Unido que contou com o apoio maciço de milhares de fanzines que são distribuídos de mão em mão, pelo correio, etc. E esse tipo de publicação é ótimo porque não tem os compromissos editoriais que uma revista de grande editora tem. Lá, o autor escreve o que bem entender.

Os meios de comunicação convencionais são bons canais para o movimento?

Eu acho que, no rádio, apesar de tudo é um meio que abre um certo espaço para as culturas alternativas. Sobre os fanzines, eu já falei. Agora a televisão é mais complicado. um canal que poderia ser legal para a divulgação do Punk seria a MTV, mas não é. Acho que eles não tem muita liberdade porque lá parece que “não pode fazer isso, não pode fazer aquilo”. Tem uns poucos programas espalhados por aí que abrem este espaço, porém não é no mesmo volume que as outras mídias abrem.

Como você analisa o Movimento Punk pelo Brasil afora?

O Punk é cara de São Paulo, aquela coisa urbana e tal. mas tem muita coisa sendo feita no interior do País e em outras grandes cidades. Às vezes, o pessoal recebe fitas demo e fanzines de cidades pequenininhas de bandas com uma qualidade inacreditável. Mesmo em lugares onde há predominância de estilos musicais regionais você acaba encontrando bandas e ativistas punks por menores que sejam. O legal é isso. A cada semana, aparecem novas bandas, quase sempre sob influência dos grupos mais antigos. E é uma coisa muito dinâmica. O meu livro, que já tem quase 20 anos, está para lá de desatualizado, tamanha a quantidade de novidades.

Você acha que os Punks eram mais violentos antes do que hoje?

Hoje o pessoal é bem menos violento porque antes havia aquela premissa de provar quem era o bom no braço. Ainda sim era só uma meia dúzia que tinha esse pensamento. Mas, com o tempo, essa coisa foi diminuindo porque a maioria começou a ver o que o espírito do movimento nada tinha a ver com pancadaria. Que o importante era protestar contra a miséria, a corrida armamentista, os desmandos do governo e lutar por uma Justiça Social de direito e de fato.

Trecho retirado do site http://br.geocities.com/cancioneironacional/

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 Abaixo, “Pela Paz” do Coléra (Se quiser conhecer o movimento, esta é essencial)

Tem violência em Bruxelas,
Tem violência em Moscou,
Tem violência em nova Iorque
E também no Brasil.
Têm vinganças religiosas,
Têm vinganças de raças,
Têm vinganças de governos
Tenho medo da guerra.

Mas quem se importa?
Mas quem se importa?
– Eu me importo, eu me importo

PELA PAZ, PELA PAZ
PELA PAZ EM TODO MUNDO!

Mais o ódio se espalha.
Mais aumenta a fome.
Mais as vidas são tiradas
De dentro dos homens.
São mais armas para o mundo.
São mais filmes violentos.
São crianças aprendendo
Matar ou morrer.