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Lenha da Fogueira

Posted in Uncategorized by Adina Almeida on 20/05/2009

Pegando o gancho da polêmica “Mídia x Punks”, hoje estava lendo a revista Marie Claire deste mês, gentilmente cedida por nossa amiga Geanne por causa de uma reportagem sobre uma nova tribo vertente dos punks, os Steampunks, inclusive muito interessante. Eles surgiram no final dos anos 80, tentando resgatar um pouco do estilo vitoriano, vestindo-se como na Inglaterra do século 19, com direito a cartolas, bigodes e espartilhos. Segundo G.D. Falksen, estudioso do novo movimento, “todos veneram os símbolos do poder do Império Britânico, mas isso não significa que aceitem o racismo e o colonialismo. Esse é um movimento mais social do que político”. Até aí tudo bem… o problema foi quando a revista tentou explicar o nome Steampunks: “Steam” significa vapor em inglês, com referência aos motores à vapor da época que se inspiram. “E por que punk – dizia o repórter – se a palavra nos lembra agressão ou mau comportamento? “ Acho que não preciso nem dizer aqui a resposta, se o principal mesmo está na pergunta.

Devemos considerar agora, claro, quem escreveu e para quem, e lembrar que esta revista é destinada a mulheres de classe A que pagam facilmente em um blazer R$ 4.210 ou em um cardigã R$ 1.580 (exemplos tirados da própria revista na seção “Moda”). Devemos considerar também que estas são as pessoas que mais estão distantes do movimento e sua luta, considerando a origem e ideologia punks. Aqui, não cabe nem contestar a opinião do jornalista que faz a associação do movimento à violência sem sequer hesitar, analisar, afinal ficou claro em apenas uma frase sua opinião.

Isto nos mostra que os punks tem ainda muito pelo que lutar. E mostrar à sociedade (seja ela A, B, C, D, E…) que não são apenas “agressão e mau comportamento”, mas sim pessoas concientes da real situação da maioria da população que sequer recebem o salário mínimo mensal para o sustento da família. Situação que só favorece a burguesia, que na maioria das vezes são os próprios maridos das leitoras desta revista, detentores de mão-de-obra exploradora e semi-escrava, que fazem nosso país como é: muito para poucos e muito pouco para muitos.

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